quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A pedra

Li um monte de artigos sobre os motivos que nos levam a ter pedras na vesícula. O médico disse que é um erro genético, culpa de mamãe. O Google me disse que são grânulos de acúmulo de colesterol e gordura que se juntam e solidificam. Enfim, o fato é que nosso corpo pode ser uma mina. Dá pra ter pedras no rim também. Calcificações e fibroses e afins. Coisa louca.

Filosofando a respeito penso na poeira que guardamos. Resquícios de um passado não esquecido. Coisas que não falamos, amarguras por coisas ditas e ouvidas, medos, certezas massacradas pela vida que adora nos dar tapas na cara. Tudo isso gera poeiras no nosso cérebro, no nosso interior, coisinhas que podem se juntar e formar uma pedra! E aí ela se aloja em algum canto e espera que alguém a perceba por lá.

Ela vai incomodando, aquela angústia, aquele não sei o quê que tira seu sono. Depois de um tempo ela dói, e aí vem a reflexão. Por que raios tá doendo? O que dói? E começamos a nos indagar algumas coisas, a nos perdoar por outras. Temos recursos para parar de se culpar. Eu era jovem demais, imatura demais, ingênua demais. Ora, esqueçamos isso tudo, passou. E agora aquela pedra tem que sair, ela já não serve. Então soa o alarme. Inchaço, dores constantes, emergência!

Pronto, que leveza. Passou! A pedra foi embora, mora agora num potinho lá de casa. Agora durmo noites inteiras, não dói mais. Ainda incomoda um pouco, afinal, estou me readaptando. Perdi umas coisas nesse caminho. Poeiras, pedras. Preciso viver sem elas, reaprender a seguir sem aquilo que mesmo incomodando, pertencia a mim! Preciso agora cuidar para que mais poeiras não se amontoem por aí....

A pedra filosofal.... (/Harry Potter)

Um comentário:

angela disse...

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