terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu juro que é melhor não ser um normal

Fiz 30, tirei a vesícula, caros leitores, isso mesmo. Alta? No dia do meu aniversário. Telefonemas respondidos pela grogue que nem lembra quem ligou e o que disse. 30 anos aérea, passou quase sem eu perceber. No espelho, ainda com 23.

Dores, quilos a menos, a melhor parte da jornada. Carinho do amado também, um alento nesse tédio instalado até segunda ordem médica.

Comemoramos sim, festa boa, pessoas queridas, gamhei um livro, Doidas e santas, Martha Medeiros. Comecei a leitura, pensando. Ela fala do que é normal, que pode até para alguns parecer meio louco, para os que tentam a qualquer custo se enquadrar. No que? Qual a regra? Não existe nada. Nesse ano que passou eu aprendi muito a aceitar o que eu sou, do jeito que eu sou mesmo, sabe? A gente vive a vida querendo ser aceito, quando na verdade a autoaceitação (é assim pasquale:?) é o caminho.

A viagem é longa, e é interna, nosso Mundo mora na nossa cabeça mesmo, e é normal ficar triste, eufórica, ser solteira ou casada, com ou sem filhos, rico ou pobre. Tudo é normal dentro da normalidade de cada um, dos limites de cada ser. No encontro dos nossos mundos procuramos reflexo, algum mundo que pareça um pouco o nosso.

Loucura mesmo é achar que é normal. Quem disse o que é certo? Onde escreveram? Viver mentiras, aparências, fingir que está tudo bem, gritando por dentro, se angustiando. Isso sim é loucura. Fingir que está tudo bem e rasgar a alma. Os ecos dos nossos gritos só nós mesmos podemos ouvir.

30 anos, sem vesícula. Que loucura isso! Uma semana internada, inferno astral, uns me disseram, outros que foi o "tira zica". E aqui estou eu com dores musculares, pontos e uma pedra num potinho, com 30 anos... que loucura!!!

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